sábado, 9 de janeiro de 2010

Ladrão arrependido


Arruda arrependido
Um dia depois de José Roberto Arruda ter pedido desligamento do PSDB, em abril de 2001, em decorrência da violação do sigilo do painel de votação do Senado, dois políticos conversavam sobre o futuro do então senador. O primeiro fez uma previsão algo surpreendente:
- Quer saber? Eu acho que esse aí volta logo, logo...
- Mas com toda a repercussão? Com base em que você está dizendo isso? - perguntou o segundo.
- Com base na minha empregada.
Diante do olhar intrigado do colega, ele explicou:
- Adivinha quem bateu na porta da casa dela às seis da manhã hoje? O Arruda! Disse que queria pedir desculpas. (Coluna da Renata Lo Prete, dia 13 de dezembro 2009)
Janeiro de 2010, na TV...
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), pediu "perdão pelos pecados" que cometeu,
"Talvez ingenuamente eu permiti que esses interesses tão contrariados ficassem tão próximos de mim", disse. "Devo também ter cometido erros, é claro. Quero dizer a vocês, de coração, que já perdoei a todos que me agrediram. Eu perdoo a cada dia aos que insultam. Eu entendo as suas indignações pela força das imagens. E sabem por que eu perdoei? Porque só assim eu posso pedir perdão pelos meus pecados", penitenciou-se Arruda.
O governador tem o hábito de pedir perdão aos eleitores de Brasília sempre que se mete numa enrascada. Em 2001, ele renunciou ao mandato de senador depois de ser pego, junto com o então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA, já morto), espiando a lista secreta da votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF).
Arruda negou por duas vezes que tivesse visto a lista e chegou a jurar pelos filhos que de nada sabia e ainda teve como álibe o blogueiro barrigueiro Noblat. Mas, com o depoimento de testemunhas que haviam aberto a lista para ele, não teve outro jeito. Confessou a atitude, renunciou ao mandato e começou a mandar cartas com pedido de perdão aos eleitores. Assim, conseguiu eleger-se deputado federal, em 2002, e governador de Brasília, em 2006.