Os partidários da candidatura José Serra devem passar esse final de ano bastante preocupados com os números da recente pesquisa Datafolha, tanto pelo fato do crescimento da candidatura Dilma a um patamar além do piso de 20% fixado como parâmetro para esse ano pelos governistas, como pelos preocupantes números de aprovação pessoal do atual Governador de São Paulo, principalmente se comparados com os do ex-governador Geraldo Alckmin em 2006, que também disputava na época as eleições presidenciais.
Voltando no tempo até 2006, o mesmo Datafolha informava que Geraldo Alckmin deixava o Governo para disputar as eleições presidenciais com uma aprovação de 66%, como pode ser verificado aqui, estando no final do segundo mandato. Na última pesquisa, José Serra, com apenas 2 anos de mandato de governador, o que deveria lhe conferir aprovação maior, só alcançou 55% de aprovação pessoal, como pode ser conferido no Blog de um jornalista da tropa Serrista, ou seja, nota-se o desgaste crescente das administrações tucanas no estado de São Paulo, não alcançando mais o mesmo nível de aprovação de 4 anos atrás.
O próprio Serra sabe que seus atuais números de intenções de voto para presidente, que estão em trajetória descendente, são na maioria fruto do “recall” natural por ele ter disputado todas as últimas eleições, com intervalo de apenas 2 anos, mantendo sempre seu nome em evidência, e ele sabe que recall há 10 meses das eleições não significa nenhum favoritismo. A sua indefinição, junto com a impaciência demonstrada quando confrontado com questões sobre sua possível candidatura a presidente, mostram que o assunto está longe de ser agradável para o governador, que parece que gostaria de decidir por conta própria e dependendo das pesquisas de intenções de voto no final de março.
É óbvio, que com a desistência (pelo menos oficial) de Aécio Neves a pré-candidatura a presidência, o Serra vira o candidato automático da oposição a Lula e o deixa meio que obrigado a se candidatar, mas no fundo, o apego a convivência com o poder e o medo de ficar pelo menos dois anos alijado do governo são as sombras que vão acompanhá-lo nos próximos meses, até sua decisão final.