quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

"A Privataria Tucana" entra no ranking de livros mais vendidos; PSDB processará autor


Debora Melo e Guilherme Balza
Lançado em 9 de dezembro deste ano, o livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., alcançou o topo do ranking de livros mais vendidos do site especializado em mercado editorial PublishNews. O site contabiliza as vendas de 12 livrarias –Argumento, Cultura, Curitiba, Fnac, Laselva, Leitura, Martins Fontes SP, Nobel, Saraiva, Super News, Travessa e da Vila.
A obra aponta supostas irregularidades nas privatizações ocorridas durante os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). O livro afirma também que amigos e parentes de José Serra mantiveram empresas em paraísos fiscais e movimentaram milhões de dólares entre 1993 e 2003.
Entre 12 e 18 de dezembro --última contabilização--, foram vendidos 9.032 exemplares do livro, que ficou atrás somente da biografia de Steve Jobs, de Walter Isaacson (17.784 unidades vendidas), da ficção “As esganadas”, de Jô Soares (16.150), e de “O Cemitério de Praga”, do semiólogo italiano Umberto Eco (9.083).
Na semana anterior (5 a 11 de dezembro), foram vendidos 2.414 exemplares do título em três dias, já que a obra foi lançada no dia 9.
Segundo a Geração Editorial, que publicou o livro, a primeira edição teve uma tiragem de 15 mil exemplares, que se esgotou na editora. Foram reimpressas 60 mil unidades, já que, de acordo com a Geração Editorial, cerca de 50 mil já tinham sido vendidos às livrarias antes de o lote checar à editora.
A Fnac afirmou que os exemplares da primeira edição do livro se esgotaram em três dias, e que o principal canal de vendas foi a internet. Uma nova encomenda foi feita no mesmo dia, mas os livros sumiram das prateleiras em três dias. Quanto à segunda edição, que chegou às lojas no último dia 16, a Fnac informou que 25% dos exemplares já tinham sido comprados por clientes na pré-venda.
A livraria comparou as vendas de “A Privataria...”, nos primeiros dias após o lançamento, às de grandes apostas editoriais do ano, como a biografia de Jobs e o último livro de Jô Soares. Assim como o próprio autor, a Fnac atribui a grande procura pelo livro à repercussão dada ao título nas redes sociais.
Já Saraiva afirmou que, para um período de cinco dias, o livro bateu o recorde histórico de encomendas na Saraiva.com. A empresa aponta que as vendas foram impulsionadas pelo destaque que o título ganhou nas redes sociais. Na Livraria da Folha, a obra foi a mais vendida entre todas as categorias na semana de 19 a 26 de dezembro.
O autor se disse surpreso com a vendagem. “Ninguém esperava. Os editores não esperavam, as livrarias não esperavam”, disse. “As redes sociais têm participação importante. Hoje já não se precisa mais de repercussão em programas de TV, em grandes veículos”, afirmou.
PSDB processará autor
Em nota, a executiva nacional do PSDB afirmou que irá processar Ribeiro Jr. pelas acusações feitas no livro. A assessoria de imprensa do partido disse que a área jurídica da legenda está juntando elementos para entrar na Justiça contra o autor, o que deve ocorrer ainda nesta semana.

Veja o livro na Livraria da Folha

Com base no livro, a base governista protocolou, em 21 de dezembro, por meio do deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB), pedido para abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as supostas irregularidades nas privatizações e outras acusações contidas no livro.
Um dos parentes de Serra citados nas acusações é a filha do ex-governador, Verônica Serra. De acordo com o livro, ela foi sócia da empresária Verônica Dantas numa firma de prestação de serviços financeiros na internet. Verônica é irmã do banqueiro Daniel Dantas, proprietário até 2005 da antiga Brasil Telecom, empresa formada com a privatização da Telebrás.
Em nota divulgada hoje (27), Verônica negou ter sido sócia da irmã de Dantas: “participar de um mesmo conselho de administração, representando terceiros, o que é comum no mundo dos negócios, não caracteriza sociedade. Não fundamos empresa juntas, nem chegamos a nos conhecer”. Sobre o livro, ela disse se tratar de um produto de uma “organizada e fartamente financiada rede de difamação” que “dedicou-se a propalar infâmias intensamente através de um livro e pela internet” para atingir seu pai.
Já Serra, por meio de sua assessoria, disse que o livro é uma “coleção de calúnias que vem de uma pessoa indiciada pela Polícia Federal”. FHC, também em nota, afirmou que a obra é uma “infâmia” e a associou o autor à produção dos dossiês dos Aloprados e de Furnas.
Ribeiro Jr. afirmou que o livro é uma “cartilha sobre lavagem de dinheiro” e trabalhou na obra de 2000 até poucos dias antes da publicação. “Na época que comecei a apurar só se falava disso na imprensa”. O autor disse que seu interesse surgiu a partir das “lacunas que ficaram da história das privatizações” e que os documentos contidos na obra são todos “legais, obtidos na Justiça e no próprio Congresso Nacional.”
O autor trabalhou, como jornalista, na "Folha de S. Paulo", "O Globo", "Jornal do Brasil", "IstoÉ", "Estado de Minas", entre outros veículos. Ribeiro Jr. já foi acusado pela Polícia Federal de ter violado o sigilo fiscal de dirigentes tucanos e de familiares de Serra.
Postado por Oni Presente

domingo, 25 de dezembro de 2011

O perfeito imbecil politicamente incorreto | Carta Capital


O perfeito imbecil politicamente incorreto | Carta CapitalEm 1996, três jornalistas –entre eles o filho do Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, Álvaro –lançaram com estardalhaço o “Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano”. Com suas críticas às idéias de esquerda, o livro se tornaria uma espécie de bíblia do pensamento conservador no continente. Vivia-se o auge do deus mercado e a obra tinha como alvo o pensamento de esquerda, o protecionismo econômico e a crença no Estado como agente da justiça social. Quinze anos e duas crises econômicas mundiais depois, vemos quem de fato era o perfeito idiota.

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Mas, quem diria, apesar de derrotado pela história, o Manual continua sendo não só a única referência intelectual do conservadorismo latino-americano como gerou filhos. No Brasil, é aquele sujeito que se sente no direito de ir contra as idéias mais progressistas e civilizadas possíveis em nome de uma pretensa independência de opinião que, no fundo, disfarça sua real ideologia e as lacunas em sua formação. Como de fato a obra de Álvaro e companhia marcou época, até como homenagem vamos chamá-los de “perfeitos imbecis politicamente incorretos”. Eles se dividem em três grupos:

1. o “pensador” imbecil politicamente incorreto: ataca líderes LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trânsgeneros) e defende homofóbicos sob o pretexto de salvaguardar a liberdade de expressão. Ataca a política de cotas baseado na idéia que propaga de que não existe racismo no Brasil. Além disso, ações afirmativas seriam “privilégios” que não condizem com uma sociedade em que há “oportunidades iguais para todos”. Defende as posições da Igreja Católica contra a legalização do aborto e ignora as denúncias de pedofilia entre o clero. Adora chamar socialistas de “anacrônicos” e os guerrilheiros que lutaram contra a ditadura de “terroristas”, mas apoia golpes de Estado “constitucionais”. Um torturado? “Apenas um idiota que se deixou apanhar.” Foge do debate de idéias como o diabo da cruz, optando por ridicularizar os adversários com apelidos tolos. Seu mote favorito é o combate à corrupção, mas os corruptos sempre estão do lado oposto ao seu. Prega o voto nulo para ocultar seu direitismo atávico. Em vez de se ocupar em escrever livros elogiando os próprios ídolos, prefere a fórmula dos guias que detonam os ídolos alheios –os de esquerda, claro. Sua principal característica é confundir inteligência com escrever e falar corretamente o português.

2. o comediante imbecil politicamente incorreto: sua visão de humor é a do bullying. Para ele não existe o humor físico de um Charles Chaplin ou Buster Keaton, ou o humor nonsense do Monty Python: o único humor possível é o que ri do próximo. Por “próximo”, leia-se pobres, negros, feios, gays, desdentados, gordos, deficientes mentais, tudo em nome da “liberdade de fazer rir.” Prega que não há limites para o humor, mas é uma falácia. O limite para este tipo de comediante é o bolso: só é admoestado pelos empregadores quando incomoda quem tem dinheiro e pode processá-los. Não é à toa que seus personagens sempre estão no ônibus ou no metrô, nunca num 4X4. Ri do office-boy e da doméstica, jamais do patrão. Iguala a classe política por baixo e não tem nenhum respeito pelas instituições: o Congresso? “Melhor seria atear fogo”. Diz-se defensor da democracia, mas adora repetir a “piada” de que sente saudades da ditadura. Sua principal característica é não ser engraçado.

3. o cidadão imbecil politicamente incorreto: não se sabe se é a causa ou o resultados dos dois anteriores, mas é, sem dúvida, o que dá mais tristeza entre os três. Sua visão de mundo pode ser resumida na frase “primeiro eu”. Não lhe importa a desigualdade social desde que ele esteja bem. O pobre para o cidadão imbecil é, antes de tudo, um incompetente. Portanto, que mal haveria em rir dele? Com a mulher e o negro é a mesma coisa: quem ganha menos é porque não fez por merecer. Gordos e feios, então, era melhor que nem existissem. Hahaha. Considera normal contar piadas racistas, principalmente diante de “amigos” negros, e fazer gozação com os subordinados, porque, afinal, é tudo brincadeira. É radicalmente contra o bolsa-família porque estimula uma “preguiça” que, segundo ele, todo pobre (sobretudo se for nordestino) possui correndo em seu sangue. Também é contrário a qualquer tipo de ação afirmativa: se a pessoa não conseguiu chegar lá, problema dela, não é ele que tem de “pagar o prejuízo”. Sua principal característica é não possuir ideias além das que propagam os “pensadores” e os comediantes imbecis politicamente incorretos.

domingo, 20 de novembro de 2011

Caso Lupi: a outra versão da história


Miguel do Rosário, do blog Cafezinho, reproduziu texto da esposa do ministro Carlos Lupi, que começou a circular de maneira viral - quinta-feira (17) na rede.

O Portal Vermelho reproduz abaixo a íntegra do texto de Angela Lupi:

Você tem direito de ter a sua verdade. Para isso você precisa conhecer todas as versões de uma história para escolher a sua. A deles é fácil, é só continuar lendo a Veja, O Globo, assistindo ao Jornal Nacional. A nossa vai precisar circular por essa nova e democrática ferramenta que é a internet.
Meu nome é Angela, sou esposa do Ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi. Sou jornalista e especialista em políticas públicas. Somos casados há 30 anos, temos 3 filhos e um neto. Resolvi voltar ao texto depois de tantos anos porque a causa é justa e o motivo é nobre. Mostrar a milhares, dezenas ou a uma pessoa que seja como se monta um escândalo no Brasil.
Vamos aos fatos: No dia 3 de novembro a revista Veja envia a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho algumas perguntas genéricas sobre convênio, ONGS, repasses etc. Guarda essa informação.
Na administração pública existe uma coisa chamada pendência administrativa. O que é isso? São processos que se avolumam em mesas a espera de soluções que dependem de documentos, de comprovações de despesas, prestação de contas etc. Todo órgão público, seja na esfera municipal, estadual ou federal, tem dezenas ou centenas desses.
Como é montado o circo? A revista pega duas pendências administrativas dessas, junta com as respostas da assessoria de imprensa do ministério dando a impressão de que são muito democráticos e que ouviram a outra parte, o que não é verdade, e paralelamente a isso pegam o depoimento de alguém que não tem nome ou sobrenome, mas diz que pagou propina a alguém da assessoria do ministro.
No dia seguinte toda a mídia nacional espalha e repercute a matéria em todos os noticiários, revistas e jornais. Nada fica provado. O acusador não tem que provar que pagou, mas você tem que provar que não recebeu. Curioso isso, não? O próprio texto da matéria isentava Lupi de qualquer responsabilidade. Ele sequer é citado pelo acusador. Mas a gente não lê os textos, só os títulos e a interpretação, que vêm do estereótipo “político é tudo safado mesmo”.
Dizem que quando as coisas estão ruins podem piorar. E é verdade. Na terça-feira Lupi se reúne na sede do PDT, seu partido político em Brasília para uma coletiva com a imprensa. E é literalmente metralhado não por perguntas, o que seria natural, mas por acusações. Nossa imprensa julga, condena e manda para o pelotão de fuzilamento.
E aí entra em cena a mais imprevisível das criaturas: o ser humano. Enquanto alguns acuados recuam, paralisam, Lupi faz parte de uma minoria que contra ataca. Explode, desafia. É indelicado com a Presidenta e com a população em geral. E solta a frase bomba, manchete do dia seguinte: “Só saio a bala”. O que as pessoas interpretaram como apego ao cargo era a defesa do seu nome. Era um recado com endereço certo e cujos destinatários voltaram com força total.
Era a declaração de uma guerra que ainda não deixou mortos, mas já contabiliza muitos feridos. Em casa, passado o momento de tensão, Lupi percebe o erro, os exageros e na quinta-feira na Comissão de Justiça do Congresso Nacional presta todos os esclarecimentos, apresenta os documentos que provam que o Ministério do Trabalho já havia tomado providências em relação às ONGs que estavam sendo denunciadas e aproveita a oportunidade para admitir que passou do tom e pede desculpas públicas a Presidenta e a população em geral.
A essa altura, a acusação de corrupto já não tinha mais sustentação. Era preciso montar outro escândalo e aí entra a gravação de uma resposta e uma fotografia. A resposta é aquela que é repetida em todos os telejornais. Onde o Lupi diz “não tenho nenhum tipo de relacionamento com o Sr Adair. Fui apresentado a ele em alguns eventos públicos. Nunca andei em aeronave do Sr Adair”.
Pegam a frase e juntam a ela uma foto do Lupi descendo de uma aeronave com o seu Adair por perto. Pronto. Um novo escândalo está montado. Lupi agora não é mais corrupto, é mentiroso.
Em algum momento, em algum desses telejornais você ouviu a pergunta que foi feita ao Lupi e que originou aquela resposta? Com certeza não. Se alguém pergunta se você conhece o Seu José, porteiro do seu prédio? Você provavelmente responde: claro, conheço. Agora, se alguém pergunta: que tipo de relacionamento você tem com o Seu José? O que você responde? Nenhum, simplesmente conheço de vista.
Foi essa a pergunta que não é mostrada: que tipo de relacionamento o Sr tem com o Sr Adair? Uma pergunta bem capciosa. Enquanto isso, o próprio Sr Adair garante que a aeronave não era dele, que ele não pagou pela aeronave e que ele simplesmente indicou.
Quando comecei na profissão como estagiária na Tribuna da Imprensa, ouvi de um chefe de reportagem uma frase que nunca esqueci: “Enquanto você não ouvir todos os envolvidos e tiver todas as versões do fato, a matéria não sai. O leitor tem o direito de ler todas as versões de uma história e escolher a dele. Imprensa não julga, informa. Quem julga é o leitor”.
Quero deixar claro que isso não é um discurso para colocar o Lupi como vítima. O Lupi não é vítima de nada. É um adulto plenamente consciente do seu papel nessa história. Ele sabe que é simplesmente o alvo menor que precisa ser abatido para que seja atingido um alvo maior. É briga de cachorro grande.
Tentaram atingir o seu nome como corrupto, mas não conseguiram. Agora é mentiroso, mas também não estão conseguindo, e tenho até medo de imaginar o que vem na sequência.

Para terminar queria deixar alguns recados:

Para os amigos que nos acompanham ou simplesmente conhecidos que observam de longe a maneira como vivemos e educamos os nossos filhos eu queria dizer que podem continuar nos procurando para prestar solidariedade e que serão bem recebidos. Aos que preferem esperar a poeira baixar ou não tocar no assunto, também agradeço. E não fiquem constrangidos se em algum momento acompanhando o noticiário tenham duvidado do Lupi. A coisa é tão bem montada que até a gente começa a duvidar de nós mesmos. Quem passou por tortura psicológica sabe o que é isso. É preciso ser muito forte e coerente com as suas convicções para continuar nessa luta.
Para os companheiros de partido, Senadores, Deputados, Vereadores, lideranças, militantes que nos últimos 30 anos testemunharam o trabalho incansável de um “maluco” que viajava o Brasil inteiro em fins de semana e feriados, filiando gente nova, fazendo reuniões intermináveis, celebrando e cumprindo acordos, respeitado até pelos adversários como um homem de palavra, que manteve o PDT vivo e dentro do cenário nacional como um dos mais importantes partidos políticos da atualidade. Eu peço só uma coisa: justiça.
Aos colegas jornalistas que estão fazendo o seu trabalho, aos que estão aborrecidos com esse cara que parece arrogante e fica desafiando todo mundo, aos que só seguem orientação da editoria sem questionamento, aos que observam e questionam, não importa. A todos vocês eu queria deixar um pensamento: reflexão. Qual é o nosso papel na sociedade?
E a você Lupi, companheiro de uma vida, quero te dizer, como representante desse pequeno nucleozinho que é a nossa família, que nós estamos cansados, indignados e tristes, mas unidos como sempre estivemos. Pode continuar lutando enquanto precisar, não para manter cargo, pois isso é pequeno, mas para manter limpo o seu nome construído em 30 anos de vida pública.
E quando estiver muito cansado dessa guerra vai repousar no seu refúgio que não é uma mansão em Angra dos Reis, nem uma fazenda em Goiás, sequer uma casa em Búzios, e sim um pequeno sítio em Magé. Que corrupto é esse? Que País é esse?

domingo, 6 de novembro de 2011

PCdoB da Bahia está presente em todas as regiões do estado


De acordo com o presidente estadual do partido, Daniel Almeida, “esta conferência foi a maior de todos os estados da federação, devido a quantidade de municípios presentes, já que conseguimos reunir 202 municípios de todas as regiões da Bahia, sem exceção.”
está presente em todas as regiões do estado


A meta do PCdoB baiano em estar presente nos 417 municípios do estado até o final de 2011 está bem próxima de ser atingida. A Conferência Estadual, que está acontecendo neste final de semana (5 e 6/11), no Hotel Fiesta, em Salvador, refletiu essa realidade e mostrou, não só os números do crescimento do partido, mas também a participação diversificada de comunistas de todo o estado.

Daniel Almeida é reeleito presidente do PCdoB na Bahia

Em Conferência finalizada na tarde deste domingo (6/11), em Salvador, o PCdoB na Bahia reelegeu o deputado federal Daniel Almeida como seu presidente estadual. A eleição para a direção do Comitê Estadual, composta de 63 integrantes, aconteceu de forma eletrônica com a participação dos delegados eleitos nas conferências municipais, que mobilizaram mais de 17 mil pessoas em todo o estado.



A consulta e a votação através de urnas eletrônicas dinamizaram o processo e simplificaram a escolha dos 63 integrantes do Comitê. Ao final do processo, a chapa proposta pelo Comitê Cessante foi eleita com ampla maioria, mostrando que foi acertada a sua composição com nomes de diversas regiões do estado e segmentos de atuação do partido. Em reunião logo em seguida, o Comitê reelegeu o deputado Daniel Almeida para a presidência do partido e marcou a primeira reunião ordinária para os dias 3 e 4 de dezembro, quando serão eleitos a nova Comissão Política e o novo Secretariado Estadual. Até lá, os antigos dirigentes tocam os trabalhos de suas pastas.

“Agradeço a todos que fizeram desta a maior conferência estadual do PCdoB do país. Agradeço também pela confiança depositada em mim para conduzir o projeto de levar o partido a todo o estado e de buscar maior protagonismo nas eleições do ano que vem, com a apresentação de candidaturas em muitas cidades do estado. O trabalho até aqui não foi fácil, mas contamos sempre com uma direção que trabalha unida e facilita as coisas. A tarefa não vai ser fácil, mas assumo este novo período à frente do partido com muito ânimo e a disposição de fazer todo o possível para fazer o PCdoB continuar crescendo cada vez mais”, destacou o presidente reeleito do PCdoB na Bahia, Daniel Almeida.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Conferência Estadual reflete crescimento do PCdoB na Bahia


Está quase tudo pronto para a Conferência Estadual do PCdoB, que vai reunir centenas de militantes de todo o estado no Hotel Fiesta, em Salvador, neste sábado e domingo (5 e 6/11). O maior evento interno do partido no estado será aberto no sábado. O ato político será às 10h, e além de lideranças locais e nacionais do PCdoB, estão previstas ainda as presenças do governador Jaques Wagner, de secretários de Estado, parlamentares e representantes de outros partidos.
Esta Conferência marca um momento especial vivido pelo PCdoB na Bahia. Próximo de completar 90 anos, o partido experimenta um grande crescimento e espera estar organizado em todos os municípios do estado até o ano que vem. Durante as etapas preparatórias para a Conferência Estadual, o partido mobilizou milhares de pessoas nas 308 conferências municipais, nas quais foram eleitos os cerca de 700 delegados que participam do evento.
“A expectativa é a melhor possível, porque estamos prevendo a maior Conferência já realizada na Bahia, pelo número de municípios e delegados participantes. Ela é grande também pelos objetivos de tratar diretrizes políticas, visando a eleição de 2012. Sobre estes objetivos nós estamos bastante otimistas com o número de pré-candidaturas a prefeito e vereadores que temos até agora”, ressaltou o presidente do PCdoB na Bahia e deputado federal, Daniel Almeida.

Interatividade

O Comitê Estadual está finalizando os últimos detalhes para a Conferência. Este ano além de votar de forma eletrônica na eleição da nova direção Estadual, os delegados e delegadas vão poder também contar com um sistema de internet sem fio, que possibilitará o envio de informações sobre o evento, seja com atualização de blogs ou páginas pessoais em tempo real.
Outra novidade é a transmissão ao vivo do evento, que será feita através da página estadual do Vermelho (www.vermelho.org.br/ba). Assim, mais comunistas em todo o estado poderão acompanhar os trabalhos e ouvir as exposições das lideranças políticas presentes à Conferência. Na página será possível acompanhar também a cobertura jornalística do evento feita pela equipe do Vermelho Bahia.

De Salvador,
Eliane Costa

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O poder da mídia

O episódio envolvendo o agora ex-ministro Orlando Silva revela que em um momento de volume inédito de informações à disposição do público é possível que nunca o cidadão brasileiro tenha estado tão mal informado. É um paradoxo dos nossos dias. E um problema para todo mundo.




Os grandes meios de comunicação têm desempenhado com competência o papel de desinformar. Para quem tem a necessidade de decidir, basear-se em informação errada, distorcida, viciada ou simplesmente falsa significa, freqüentemente, tomar decisões equivocadas ou deixar de tomar decisões certas.
A conseqüência, na vida real, é, para muitos, a perda de rumo, de oportunidades e eventualmente da própria perspectiva. Há algum tempo, a Folha de S. Paulo publicou uma sugestiva carta de um leitor. "Desculpe, mas acabou a minha capacidade de absorver só notícias negativas. A Folha há muito deixou de praticar um jornalismo investigativo e entrou firme no jornalismo denunciativo, que não leva a nada", disse ele.
O leitor estava comunicando a perda da paciência com um determinado tipo de jornalismo. Ele não é o único nem a Folha de S. Paulo a única publicação a colocar como prioridade de sua estratégia editorial a busca do pior em tudo. A má informação na mídia brasileira se manifesta de diversas maneiras, mas seu foco mais visível está na obsessão de apresentar um quadro de catástrofe terminal para o governo.
A mídia raramente consegue ver uma nuvem sem logo anunciar uma inundação. A overdose de denúncias, acusações e condenações sumárias resultantes disso acaba por provocar sérias distorções na qualidade de informação que o público recebe. Não que a realidade brasileira seja maravilhosa — e ninguém diz isso. Ela é apenas diferente da realidade traçada pela mídia.
Hoje, para a mídia, a realidade é só aquilo que aparece em seu noticiário — o que está lá existe; o que não está não existe. Isso é claramente percebido em certas entrevistas. Responder às perguntas de determinados jornalistas, hoje, vai se tornando um exercício cada vez mais parecido com uma partida de xadrez, onde é necessário antecipar os três ou quatro lances seguintes do adversário.

Soldado

A pergunta não é simplesmente uma pergunta: muitas vezes é uma armadilha destinada a extrair alguma declaração que será usada contra o entrevistado nas perguntas à frente. A pessoa que está sendo inquirida precisa, assim, calcular cuidadosamente tudo o que diz. Se disser A, será perguntada adiante a respeito de B ou C; se disser Y, abrirá espaço para que lhe perguntem sobre X ou Z, e assim por diante. Entrevistas supostamente jornalísticas se transformam em interrogatórios.
O fato é que muitos jornalistas, quando se dirigem a alguém, não querem realmente obter uma informação. Querem apenas obter alguma forma de confirmação ou justificativa para aquilo que já decidiram divulgar — por já terem decidido, seguindo a lógica da mídia, que sua visão pessoal das coisas equivale à realidade.
Declarações, fatos ou números que se contraponham a ela são ignorados; só é levado ao público o que combina com aquilo que esse tipo de jornalista quer dizer. As acusações, convenientemente, baseiam-se em fontes anônimas. E, quando a mídia tenta apresentar testemunhas capazes de provar alguma coisa, tudo o que aparece são obscuros personagens que não testemunham nada e dizem, no fundo, apenas ter ouvido falar da história — como faz esse soldado banda podre e astro da mídia, João Dias. Mas isso não é suficiente para coibir o frêmito acusatório.

Desafio

O controle da liberdade de imprensa no Brasil pelo poder econômico está alicerçado nos princípios do golpe de 1964 — promovido pelos grupos privados para assaltar o Estado e moldá-lo à sua imagem e semelhança. Os grupos que controlam com poderes ditatoriais a liberdade de expressão no Brasil pretendem controlar, ao mesmo tempo, as verbas publicitárias, o trabalho dos jornalistas, os meios audiovisuais de comunicação, a produção cultural, as informações prestadas por funcionários federais, os sigilos bancário e fiscal dos cidadãos e as ações do Ministério Público. A conclusão é inescapável: os grupos que controlam a mídia brasileira fogem da democracia como o Diabo da água benta.
Esse episódio fez ressaltar no panorama brasileiro uma séria distorção na democracia. Liberdade de expressão não é um direito hierarquicamente superior aos demais direitos e garantias individuais e coletivas. Na Constituição está no mesmo patamar o direito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. Todos igualmente invioláveis e indispensáveis.
É preciso haver um equilíbrio entre eles. A defesa da liberdade de expressão exige protegê-la contra abusos como estes. Na democracia, são tarefas conciliáveis. O desafio é enfrentar essa distorção. Esse debate pode ganhar densidade se começar a abordar com ênfase a importância de democratização da comunicação, com meios públicos e veículos de massa dos partidos progressistas e das entidades populares.

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Editor do Grabois.org.br

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Tudo errado: quando uma mídia comprovadamente corrupta derruba um ministro suspeito


Antonio Mello, em seu blog

Mesmo sem apresentar provas, mídia desonesta derruba Orlando Silva. Quem será o próximo? Melhor, quem derrubará a mídia?
As corporações midiáticas apostaram tudo na derrubada do ministro. Orlando Silva bateu pé e se defendeu. O PC do B o apoiou. Mas o PIG repicou, e o ministro caiu. Mesmo que a situação estivesse mais favorável a ele hoje que na sexta-feira, quando a presidenta o confirmou no cargo.
De lá pra cá, o que aconteceu? O STF mandou o Procurador-Geral trazer provas contra o ministro, além de recortes de jornais e revistas (sic). A Veja, que apresentaria provas, nada mostrou. O policial denunciante (mais sujo do que pau de galinheiro, acusado ou suspeito de ene malfeitos - até de assassinato) também disse à Polícia Federal que não tinha provas contra o ministro a quem acusara. Hoje à tarde faltou a um depoimento na Câmara com a cínica alegação de que o pedido de demissão do ministro (que não havia sido feito) esvaziaria seu depoimento.

Manifesto em apoio ao PCdoB

Os que assinam esta nota vêm a público denunciar a onda de histeria macarthista deflagrada nos últimos dias contra o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Alimentada por preconceitos antidemocráticos, que pensávamos já superados na vida política nacional, essa sórdida campanha visa a atingir todos os que lutam com dignidade e coragem pelo desenvolvimento do Brasil e pela justiça social.

Nos solidarizamos com o PCdoB, destacando sua longa história de luta e dedicação à defesa da democracia, da soberania nacional, do socialismo e dos trabalhadores. Essa trajetória é marcada pelos compromissos com a lisura e com a causa pública. Reafirmamos que, numa ordem democrática, a leviandade da acusação sem provas e sem direito de defesa constitui grave violação do Estado de Direito.

São Paulo, 25 de outubro de 2011.


Assinam:

João Quartim de Moraes – Prof. Doutor Filosofia Unicamp

Luiz Gonzaga Belluzzo – Prof. Doutor Economia Unicamp

Olival Freire Jr. – Pós-Doutor em Física, historiador da ciência USP e UFBA

Luis Fernandes – Prof. Doutor Relações Internacionais PUC-Rio e UFRJ

Aldo Rebelo – Jornalista, escritor

Aloísio Sérgio Barroso – Doutorando em Economia Social e do Trabalho Unicamp

Aloísio Teixeira – Prof. Doutor e ex-reitor UFRJ

Dermeval Saviani – Pesquisador emérito do CNPq; professor emérito Unicamp

Marcio Pochmann – Prof. Doutor, Livre Docente Economia Unicamp

Francisco Carlos Teixeira – Cientista Político, Prof. Doutor UFRJ

Carlos A. Barbosa de Oliveira –Prof. Doutor Economia Unicamp

Marly Vianna – Profa. aposentada UFSCAR e Faculdade Universo RJ

Frederico Mazzucchelli – Prof. Doutor Economia Unicamp

João Sicsú – Economista, professor UFRJ

Armen Mamigonian – Prof. Livre Docente FFLCH-USP

Heloisa Fernandes – Socióloga, Profa. Doutora USP

Mary Garcia Castro – Profa. Doutora UCSAL; pesquisadora FLACSO Brasil

Luiz Martins de Melo – Prof. Doutor Economia UFRJ

Elisângela Lizardo – Presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos

João Carlos Salles – Filósofo UFBA

José Carlos Assis – Professor, Economista, Escritor

Aloisio T. Miranda – Médico, vice-presidente Conselho Federal de Medicina

José C. Lombardi (Zezo) – Prof. Doutor Educação Unicamp

Carlos E. Mendes Gouveia – Professor UniSantos e IFET/Cubatão

Madalena G. Peixo – Profa. Doutora Educação PUC–SP

Olgamir Amancia Ferreira – Mestre e Doutora Políticas Públicas e Gestão da Educação; Professora adjunta FUP/UnB

Meire Rose – Doutoranda, Profa. Geografia UFMT

Jose Ricardo Figueiredo –Prof. Doutor Engenharia Unicamp

Ricardo Moreno – Prof. História UFBA e doutorando UFF

Claudio Augusto Silva Gutierrez – Prof. Doutor Educação Física e Formação Humanística UNISINOS

Carlos José Espíndola – Prof. Doutor CFH-UFSC

Isa De Oliveira Rocha – Prof. Doutor UDESC

José Messias Bastos – Prof. Doutor CFH-UFSC

Nereide Saviani – Profa. aposentada PUC-SP e profa. UniSantos

Marcos Aurelio Da Silva – Prof. Doutor CFH-UFSC

Fabio Napoleão – Prof. Doutor UDESC

Graciana Vieira – Prof. Doutor UDESC

Marta Luedemann – Prof. Doutora UFAL

Fernando Sampaio – Prof. Doutor UNIOESTE

Verônica Bercht – Bióloga, jornalista, editora

Marcelo P. Fernandes – Prof. Doutor Economia UFRRJ

Luiz C. Soares – Historiador UFF

Helena C.L. de Freitas – Profa. aposentada Unicamp

Ilka Dias Bichara – Profa. Doutora UFBA

Romualdo Pessoa Campos Filho – Professor do Instituto de Estudos Socioambientais UFG; secretário regional da SBPC-GO

Haroldo Lima – Engenheiro, ex-deputado Constituinte

Aldo Arantes – Advogado, mestre em Ciência Política UnB

Manoel Motta – Prof. Doutor Educação UFMT

Elias Jabbour – Doutor Geografia USP

Renildo Souza – Prof. Doutor Administração e Economia UFBA

Marlon Clóvis Medeiros – Prof. Doutor UNIOESTE

Eraldo Leme Batista – Doutorando Educação Unicamp

Eduardo Bomfim – Advogado, ex-deputado constituinte

Vandilson Costa – Advogado, ex-deputado estadual

Enio Lins – Jornalista, arquiteto

Maria Alba Correia – Mestra, Profa. Educação UFAL

Claudia Grabois – Advogada

Adalberto Monteiro – Poeta, escritor

Augusto Buonicore – Historiador

Leonardo Grabois – Médico

Oscarino Barreto Jr. – Especialista em Medicina de Família e Comunidade (MFC) / Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) / Associação Médica Brasileira (AMB)

José Noronha – Médico, gestor hospitalar

Walter Sorrentino – Médico, escritor

Victor V. Barroso – Médico, Especialista em Saúde Pública

Nelson Nahon – Médico, conselheiro e diretor (CREMERJ)

Maria Paula L. Vilhena – Médica, psicóloga

Bernardo Joffily – Escritor, tradutor, jornalista

Francisco Wellington Duarte – Prof. Economia UFRN e Doutor em Ciência Política

José Carlos Ruy – Jornalista, escritor

José Reinaldo Carvalho – Jornalista, editor do portal Vermelho

Rita Polli Rebelo – Jornalista

Dilermando Toni – Jornalista, escritor

André Cintra – Jornalista, escritor

Jandira Feghalli – Médica, deputada federal (PCdoB – RJ)

Carlos Alberto Oliveira Lima – Economista

Alberto da Silva Jones – Professor aposentado (UFV, UFBA E UFSC)

David Fialkow – Economista

Osvaldo Bertolino – jornalista, escritor

Mazé Leite – artista plástica

Fábio Palácio – doutorando em Ciências da Comunicação USP

Luciano Rezende – professor e Pesquisador do Instituto Federal de Alagoas;

Juares Ogliari - prof. doutor do Instituto Federal de Santa Catarina

Hugo Cortez Crocia Barros – pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

Luiza B. Pereira – doutoranda em Sociologia do Trabalho UFRJ

Diogo V. Barroso – nutricionista, mestre em Esporte de Alto Rendimento

Álvaro Martins – professor Engenharia Elétrica e Engenharia de Segurança do Trabalho; Conselheiro do CREA-SP

Dimitri V. Barroso – biólogo, mestre em Ecologia Social Univ. Coimbra

João Barroso Filho – mestre em economia, prof. aposentado UFAL

Silvio Costa – prof. História PUC-GO

Diorge A. Konrad – prof. Doutor História Social do Trabalho UNICAMP; Professor adjunto Programa de Pós-Graduação História UFSM

Gilson Leão – consultor político

Antonio Carlos S. Miranda –Prof. Doutor Astrofísica Estelar; Adjunto da UFRPE

Lejeune Mirhan — sociólogo, escritor e arabista

Hildo C. Freire Montysuma — prof. Filosofia rede pública estadual (AC)

Ronaldo Carmona – mestrando em Geografia USP

Márcio J. G. de Jesus – prof. rede pública estadual (MA); História (UFMA)

Julio Veloso – mestrando Estudos Brasileiros USP

Felipe Maia – doutorando UERJ

Socorro Gomes – presidente do Cebrapaz

Almir Braga Filho – engenheiro civil e de Segurança do Trabalho

Maria A. Dellignhausen Motta – Poeta, coordenadora da Coleção "Ciranda de Letras" (Ed. Autores Associados) e militante ambientalista

Cristina Castro – Profa. Matemática da rede pública (Juiz de Fora)

Wellington Teixeira Gomes – Prof. Sociologia da rede pública (Belo Horizonte)

Celina Arêas – profª de Literatura (Belo Horizonte)

Wilame Gomes de Abreu – prof. PUC-GO; Mestre em Filosofia (USP)

Diego Almeida Monsalvo – professor e coordenador da Pastoral dos Pescadores de Santos

Durbens Martins Nascimento – doutor em Ciências: desenvolvimento socioambiental; diretor de Programas e Projetos de Extensão da Universidade Federal do Pará; Coordenador do Observatório de Estudos de Defesa da Amazônia (OBED)

Margarida Barreto – Médica, Doutora em Psicologia Social Rede Nacional de Combate à Violência no Trabalho

Messias Simão Telecesqui – Diretor do Sindicato dos Professores de Minas Gerais

Leocir Costa Rosa – Advogado militante, especialista em Direito do Trabalho

Rosemary Mafra Nunes Leite – Professora universitária e advogada; procuradora fiscal do Município de Governador Valadares; ex-presidente da OAB-MG, subseção Governador Valadares

Marilda Borges Neutzling – Profa. Doutora Medicina UFRGS

Patrícia Nogueira – Mestranda em Educação UFMT

Marco Eliel – Mestre em Ciências Sociais PUC MG

João Negrão – Jornalista, editor da revista BSB Brasil

João Vicente – Educador

Lavinia Rosa Rodrigues — professora da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG

Paulo Tedesco — escritor, consultor editorial e professor
Professor em EAD da PUC e Studio Clio

Eneida Canèdo Guimarães dos Santos - Mestre em Sociologia - GT Mulher e Participação Política do Grupo de Estudos e Pesquisas

José Varella Pereira, ensaista e articulista – PA

Eline Jonas – Profa. Doutora Ciências Políticas e Sociologia PUC-Goiás

Donizeti Nogueira – Presidente estadual PT-Tocantins

Alexandre Rauh Oliveira Nascimento – Professor Instituto Federal MT, campus Barra do Garças

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Ministro e o bandido

Por Ricardo Moreno

Estive casado com Cacilda durante onze anos, e me lembro bem a forma emocionada com a qual certa vez ela se referiu à entrevista dada pelo ministro do Esporte a um canal de televisão. Lembrava do colega do ginásio, no Colégio Estadual João Florêncio Gomes, no Bairro da Ribeira, da construção do Grêmio Estudantil, algo marcante em sua juventude. Os olhos mareados da mãe dos meus filhos, Lucas e Jamile, a remetia ao menino preto, cheio de sonhos, que crescera nas ruas pobres do Lobato, subúrbio de Salvador.
Eu já conhecia Orlando da militância no PCdoB, e quando cheguei ao DCE da UFBa, o cara já estava na UNE, e logo se consagraria como o primeiro negro a ser presidente de uma das maiores instituições dos movimentos sociais do Brasil. Sempre que o encontrava, em Salvador, ele fazia questão de me perguntar da sua antiga amiga.
Pois bem, o jovem Orlando tornou-se ministro do Esporte, mas não apenas isso: o maior ministro do Esporte que esse país já teve. Organizou o vitorioso Pan do Rio, trouxe para o Brasil a Copa do Mundo e a Olimpíada, e com isso vem mobilizando muitos recursos, gerando empregos e promovendo melhorias nas grandes cidades brasileiras. Além disso, promoveu importantes iniciativas, como o projeto Segundo Tempo, com investimentos nunca antes vistos no desenvolvimento esportivo nacional. E tem enfrentado com coragem esquemas poderosos e viciados como os do futebol, por exemplo.
Fico imaginando o quanto o sucesso desse menino preto, pobre e comunista pode impactar na cabeça dos conservadores. O temor da revolução haitiana deve ser um fantasma que habita no inconsciente desta elite branca.
Vendo suas representações políticas cada vez mais isoladas e perdendo espaço, estas elites há muito vêm se agarrando desesperadamente em práticas facistas de comunicação, se aproveitando do monopólio privado da mesma, especialmente na TV, de grandes revistas e jornais para, por meio de campanhas difamatórias, tentarem desestabilizar o governo, desde Lula, e agora, mais intensamente, Dilma.
Para mirar seus estilingues em Orlando, escolheram a Veja, um quase panfleto que é editado nos quintais das casas de tucanos, e cuja ausência de ética e credibilidade pública é notória; por isso mesmo, despudorada e ideal para emitir lixo em forma de reportagem, sem nenhuma limitação em fazê-lo. E como acusador, lá veio um tal João Dias, um policial militar que estranhamente possui um BMW, um Camaro, uma Frontier, uma mansão de R$ 2 milhões e 11 processos nas costas, e que com os holofotes do sucesso garantidos pela mídia golpista, declara: “Não sou bandido, sou polícia”.
Mas o que passou desapercebido polos manipuladores do PIG é que Orlando representa a tradição de noventa anos de lutas populares em defesa das mais avançadas bandeiras desta País. Como diz uma frase lançada na campanha em solidariedade ao ministro, são noventa anos e não noventa dias, esse Partido Comunista do Brasil.
Surpreendendo a todos, Orlando se apresentou imediatamente, e voluntariamente, ao Congresso Nacional, abriu o seu sigilo fiscal, bancário e telefônico. Solicitou que a Procuradoria Geral da República, o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e a Comissão de Ética Pública da Presidência investiguem todas as denúncias de desvio de dinheiro público e corrupção, também se colocou à inteira disposição da Câmara, do Senado Federal e do Tribunal de Contas da União para prestar todos os esclarecimentos necessários. É como disse a minha amiga Olivia Santana: "quem não deve, não teme".
Enquanto isso, o bandido posudo de acusador fugia de prestar depoimento à PF alegando problemas de saúde. No entanto, o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) pediu às comissões de Turismo e Desporto e de Fiscalização e Controle que encaminhem um ofício à Polícia Federal informando o comparecimento do mesmo João Dias a uma reunião no gabinete da liderança do PSDB, sem apresentar problema de saúde algum. O militar está envolvido num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo comandado pelo Ministério do Esporte.
Além disso, o militar anuncia ter provas do envolvimento de pessoas do ministério, mas não as apresenta. Protógenes cobrou que caso as ditas provas existam, elas precisam ser apresentadas rapidamente à Polícia Federal, instituição que tem a responsabilidade de investigar denúncias contra ministros de Estado e capacidade técnica para periciar provas.
Pois é, mexeram com o vespeiro errado, apoiados em uma bengala torta. Vendo a coragem e firmeza de Orlando, sinto um imenso orgulho de ser comunista, mas tenho certeza de que este ainda não alcança o tamanho do orgulho que Cacilda deve estar sentindo daquele seu velho amigo!
Ricardo Moreno é professor de História UNEB; doutorando em História UFF e editor da Revista Dialética (www.revistadialetica.com.br)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dilma é a primeira mulher a abrir assembleia geral da ONU


Representantes de diversos países assistiram hoje, pela primeira vez na História, ao discurso de uma mulher na abertura do Debate Geral da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). A presidenta Dilma Rousseff tratou de uma série de temas como representatividade das mulheres, crise econômica, reforma do Conselho de Segurança da ONU, Palestina e meio ambiente.
A presidenta afirmou ter certeza de que este será o século das mulheres. “Pela primeira vez na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo”, disse. Após Dilma, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursou na ONU.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

É a grande abóbora, Milhouse

Milhouse espera numa plantação de abóboras no Halloween pelo aparecimento da Grande Abóbora, uma lenda inventada por Bart, e Lisa decide ficar com ele. Após Lisa ver todas as crianças na festa de Halloween da escola, desiste de fazer companhia a Milhouse. Milhouse, decepcionado que a Grande Abóbora não apareceu, começa a chorar e suas lágrimas e crença infantil dão vida à Grande Abóbora. Entretanto, a Grande Abóbora fica horrorizada ao descobrir que as abóboras são entalhadas no Halloween e promete vingança. Ela devora Homer, que estava entalhando uma abóbora, e segue para a escola, onde todos estam fazendo uma festa de Halloween, (e dentre os alunos que estão dançando, estão Kang e Kodos) quando a Grande Abóbora chega lá e come Nelson e o jardineiro Willie. Percebendo que Milhouse tem o poder de dar vida a coisas inanimadas simplesmente por acreditar nelas, Lisa lhe conta sobre o "Peru Tom", símbolo do Dia de Ação de Graças. Milhouse começa a acreditar no Peru Tom, que ganha vida e mata a Grande Abóbora, libertando todos aqueles que ela havia comido. Entretanto, quando Bart conta ao Peru Tom que as pessoas comem peru no Dia de Ação de Graças ele promete vingança e começa a perseguir as crianças na escola. Isso parodeia levemente Snoopy

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Capitalismo: nossa prisão de cada dia

Será que o sorvete refresca mesmo, ou é ilusão que aquele leite estragado vai trazer frescor? (a ingestão de glicose só deixa a pessoa com mais sede ainda)Será que a cerveja é tão gostosa quanto dizem, ou nós aguentamos aquela coisa amarga só pra estarmos juntos à galera e ficarmos ligadões?Será que se apreciarmos a cerveja com moderação veremos aquele monte de modelo dando bola igual no comercial?Será que é mesmo necessário casar-se para ser feliz? Se eu comprar aquele apartamento serei feliz morando lá, ou depois do negócio vai surgir outro repetindo o slogan “venha ser feliz aqui”?Já que o cartório é uma atividade comercial, e o comerciante sempre fala “volte sempre”, será que dá vontade no juiz do casamento falar isso também?Será que as promoções são realmente o que dizem, ou é só uma forma de se livrarem de produtos fora de linha? E aquelas que são apenas enganosas, com o objetivo de atrair as pessoas?Será que se abrirmos uma conta naquele banco ficaremos com a sensação de que o nosso dinheiro vai estar tranquilo e seguro? Com o tanto de taxas que são cobradas, os únicos que ficam tranquilos nesta história são os banqueiros... Seria melhor o slogan "Seu prejuízo é o nosso lucro".Será que as distribuidoras de água e luz querem realmente que façamos economia?, pois se economizarmos elas vão faturar menos, e daí investirão menos.Será mesmo que ainda não descobriram a cura das doenças ditas incuráveis, ou é treita da indústria farmacêutica para continuar faturando?Será que se eu comprar aquele celular eu vou realmente "experimentar a liberdade", ou vai ser o contrário, ficarei preso pelo bolso em promoções ilusórias?Será que um dia já existiu um sanduíche como aquele da foto no painel das lanchonetes, ou nem aquele era de verdade?Será qual dos supermercados deste mundo vende mais barato, já que todos, ao mesmo tempo, afirmam ter o menor preço?Será que o hambúrguer tem aquele cheiro mesmo, ou é verdade que injetam aromatizantes para atrair as pessoas?Será que o psicólogo quer realmente que você se cure?Será que é verdade que alguns médicos “recomendam” que os pacientes comprem medicamentos em determinadas farmácias? Por acaso o clínico já conhecia o farmacêutico? E o representante da indústria farmacêutica, será que ele já teve algum contato com o médico, já que alguns deste só receitam remédios de uma mesma fábrica?Será que o herbicida combate mesmo a praga no campo, ou 'o combate' é com 'o bolso' do pequeno agricultor?Será verdade que, como dizem alguns médicos, as pomadas e “sprays” para contusões não tem utilidade alguma, ou a propaganda do gelol cura tudo mesmo o que mostra?Será verdade que os laxantes dão uma “limpada” mesmo em parte do nosso sistema digestório, levando inclusive boa parte dos sais minerais de nosso corpo? E os “aliviantes estomacais” têm efeito pior do que se aguentarmos a má digestão?Será verdade que o mal da vaca louca teve relação direta com os tão propagandeados trangênicos?Se é a indústria petrolífera a que mais polui o meio ambiente, por que será que estas empresas têm investido tanto na cor verde em seus símbolos?Será que publicitários dormem bem depois de nos contar tudo isso?Ramos: Alienação, Capitalismo, Coerção social, Economia, Globalização, Imoralidade, Manipulação, Publicidade

domingo, 31 de julho de 2011

PAC 2 vem aí, Itiruçu foi comtemplado.

Governo liberará recursos para prefeituras
A segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) é a esperança para a realização de obras de centenas de prefeitos, que enfrentam dificuldades devido à falta de recursos.
Os prefeitos não podem perder a oportunidade de fazer obras prioritárias para a população. Se o financiamento está dentro da capacidade de endividamento do município, não há nenhuma dificuldade em recebê-lo,Não se pode falar genericamente que os atuais prefeitos estejam apenas gerando débitos para seus sucessores, pois muitos deles serão candidatos à reeleição, A capacidade de endividamento do município é observada no momento da concessão dos financiamentos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Lei da Mordaça

o repoter, quer falar vereador deixa não, deixa não......

A "liberdade de Imprensa" tem amparo legal no inciso IX da CF:

É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

domingo, 6 de março de 2011

A CRIMINALIDADE É INTRÍNSECA AO CAPITALISMO


REPRODUZO ARTIGO DE Celso Lungaretti, PUBLIGADO NO BLOG NAUFRAGO DA UTOPIA
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/
O problema da escalada da criminalidade no Brasil vai muito além da ótica simplista e repressiva da nossa mídia. Tem a ver com o estilhaçamento da família e da sociedade sob o capitalismo globalizado.
Ambas ainda se mantinham razoavelmente estruturadas no chamado capitalismo industrial, apesar de todos os defeitos que tão bem conhecemos: desigualdades http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/econômicas e sociais, elitismo, autoritarismo, etc.
No final da década de 1960, entretanto, esse modelo chegou ao esgotamento. O próprio capitalismo demandava uma desestruturação da antiga sociedade, para erguer uma nova sobre seus escombros. Os jovens, entretanto, tentaram ir mais longe: em vez da substituição de uma forma de dominação por outra, sonharam com o fim de todas as dominações.
Com o fracasso das tentativas revolucionárias do período (da Primavera de Paris à de Praga, passando pela contestação nos EUA e pelos movimentos revolucionários no 3º mundo) implantou-se a sociedade de massas, em que tudo e todos devem estar permanentemente disponíveis para o consumo.
No Brasil, isto se deu em meio à paz dos cemitérios, na terrível década de 1970.
Os órgãos de comunicação, assumindo plenamente as características de uma indústria cultural, deixaram de lado a missão de formar (expoentes da elite) para o exercício do pensamento crítico, restringindo-se a apenas informar (a elite e a classe média) fragmentariamente e a repisar os valores capitalistas.
Ou seja, a formação de cidadãos cedeu lugar à capacitação de profissionais, os apertadores de parafusos do sistema.
O trabalho perdeu qualquer atrativo que ainda tivesse como concretização do potencial criativo do ser humano. Tornou-se uma corrida de ratos atrás do dinheiro, sem ética nem o mínimo respeito pelo interesse coletivo.
O ingresso em massa da mulher no mercado de trabalho aviltou remunerações e subjugou toda a família à engrenagem de produção e consumo, transformando o lar em mero dormitório.
A família foi desvalorizada pela influência atordoante da comunicação de massas. Pais e mães cansados não conseguem competir com o brilho da telinha que hipnotiza as crianças, impingindo-lhes os valores consumistas.
Então, nada existe de estranho no fato de que as pessoas sem aptidões para competir dentro do sistema busquem atalhos para conseguir aqueles bens dia e noite propagandeados como objetos de desejo.
Perplexos, muitos cidadãos gostariam de ver aplicadas aqui as punições drásticas dos países muçulmanos: que se cortassem as mãos dos ladrões, o pênis dos estupradores e a vida dos assassinos. Olho por olho, dente por dente.
Outros pedem mais policiais nas ruas, de preferência atirando primeiro e perguntando depois... nos bairros pobres ou quando os suspeitos são negros, pardos ou malvestidos, é claro.
E há os que defendem a maioridade penal a partir dos 14 ou 16 anos, o que somente fará os bandidos diminuírem proporcionalmente a idade do recrutamento de seus serviçais, até que tenhamos crianças empunhando fuzis e metralhadoras. O velho chavão moralista mudará de “hoje mocinho, amanhã bandido” para “hoje bandido, amanhã defunto”.
No fundo, tudo isso são paliativos. Inexiste forma ideal de se lidar com aqueles que já se tornaram bestas-feras, nocivos para si próprios e para a sociedade. Pode-se, quanto muito, controlá-los – e a um custo dos mais elevados para um país de tantas e tão dramáticas carências.
Exterminá-los, jamais! Isso levaria a violência a patamares apocalípticos, pois os bandidos não teriam mais nada a perder. Nós, sim, perderíamos, ao abrirmos mão da civilização arduamente edificada nos milênios que nos separam da horda primitiva, voltando à estaca zero.
O VERDADEIRO VILÃO
O xis do problema, no entanto, nunca é discutido: o fato de que a criminalidade é intrínseca ao capitalismo e subsistirá enquanto não substituirmos o primado da ganância e da competição pelo da solidariedade e da cooperação.

Vivemos numa sociedade:

* que desperdiça o potencial já existente para se proporcionar uma existência digna a cada habitante do planeta;
* que faz as pessoas trabalharem muito mais do que o suficiente para a produção do necessário e útil;
* que condena parcela substancial da população economicamente ativa ao desemprego, à informalidade e à mendicância;
* que estimula ao máximo a compulsão consumista sem dar à maioria a condição de adquirir seus objetos de desejo;
* que retirou do trabalho qualquer atrativo como realização individual, tornando-o apenas um meio para obtenção do vil metal (ou seja, uma nova forma de escravidão).
Então, os que ainda têm emprego e os empreendedores continuarão irrealizados, esforçando-se demais para nunca obterem as gratificações almejadas, pois a lógica do capitalismo é perpetuar a insatisfação e mitigá-la com o consumo (a cenoura colocada à frente do asno para que ele continue puxando a carroça). Um círculo vicioso perverso que faz a fortuna dos analistas, dos farsantes religiosos e dos picaretas da auto-ajuda.
Alguns excluídos continuarão vivendo das esmolas dos programas oficiais e vão ajudar a eleger aqueles a quem convém mantê-los em eterna dependência.
Outros tentarão obter pela força aquilo que jamais alcançarão pela competência. E servirão de espantalho para intimidar as classes superiores, fazendo-as crer que uma sociedade policial seria a solução.
É paradoxal que, em nossa época, formidáveis avanços científicos e tecnológicos coexistam com uma regressão ao ambiente medieval, com os nobres entrincheirados em condomínios de alto padrão, circulando em veículos brindados e só podendo levar vida social em shopping centers, sem ousarem expor-se fora de suas fortalezas. No exterior desses espaços fortificados e vigiados, os bárbaros estão sempre à espreita, prontos para desferir seus golpes.
Uma constatação terrível de Friedrich Engels, um dos pais do marxismo: quando uma sociedade consegue aniquilar as forças progressistas que poderiam levá-la a um estágio superior de civilização, acaba sendo destruída pela barbárie. O paralelo é com Roma, que venceu os gladiadores de Spartacus mas sucumbiu aos povos atrasados, condenando o mundo a séculos de trevas.
E o papel de carrasco da sociedade putrefata não será necessariamente cumprido pelos excluídos do progresso desequilibrado e insano: não só as crises cíclicas do capitalismo continuarão convulsionando a economia com recessões que, mais dia, menos dia, evoluirão para uma depressão tão terrível como a da década de 1930; como já estamos sentindo chegarem as décadas de devastações com que o meio ambiente pagará, na mesma moeda, àqueles poucos que gananciosamente o devastaram e àqueles muitos que bovinamente consentiram na devastação.
O que resta saber é se os homens conseguirão unir-se na adversidade, assumindo uma responsabilidade coletiva pela perpetuação da espécie humana.
Pois, prevalecendo a mentalidade do salve-se quem puder, a humanidade dificilmente sobreviverá ao capitalismo.
Postado por Celso Lungaretti

sábado, 5 de março de 2011

SORRIAM PALHAÇOS VOCÊS ESTÃO SENDO ROUBADOS!

Dezoito presidentes de Assembleias Legislativas têm mais de R$ 1 milhão
Dados dos parlamentares declarados no Tribunal Superior Eleitoral revelam que, em quatro anos, os deputados que presidiram os Legislativos estaduais tiveram crescimento patrimonial de 52,6%; o mais rico deles, de Goiás, tem hoje R$3,7 milhões
Alfredo Junqueira - O Estado de S. Paulo

Dos 27 deputados estaduais que comandam atualmente as Assembleias Legislativas de seus Estados, 13 apresentaram expressiva evolução patrimonial nos últimos quatro anos. Onze tiveram crescimento acima de 100%. Outros dois declararam patrimônio zerado em 2006 e entregaram certidões com valores acima de R$ 100 mil no ano passado.
Levantamento feito pelo Estado na base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra ainda que 18 presidentes de Legislativos estaduais declararam ter patrimônio pessoal acima de R$ 1 milhão.
A riqueza desses 27 deputados soma R$ 37,7 milhões. Há quatro anos, esses mesmos parlamentares totalizavam um patrimônio de R$ 24,7 milhões em imóveis, veículos, aplicações financeiras, dinheiro guardado em casa, entre outros. Em um mandato, o patrimônio deles cresceu 52,6%.
Entre os que apresentaram maior crescimento patrimonial, o líder é o deputado Cabo Patrício (PT), que comanda a Câmara do Distrito Federal.
O parlamentar passou de R$ 6 mil para R$ 137,4 mil em quatro anos - crescimento de 2.190%. Em seguida, aparece o novo presidente da Assembleia do Espírito Santo, Rodrigo Chamoun (PSB), que passou de R$ 63,3 mil para R$ 290 mil - ou 358,13%.
Élson Santiago (PP), que comanda o Legislativo do Acre, Gelson Merisio (DEM), chefe da Assembleia catarinense, e Marcelo Nilo (PDT), presidente da Assembleia da Bahia, completam o ranking dos que tiveram maior evolução patrimonial.


Marcelo Nilo, do PDT, declarou bens que somavam 895 mil e 200 reais em 2006 e 2 milhões 280 mil no ano passado, um aumento de 155%

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A direita política e midiática criando doentes mentais


REVISTA FORUM

Com todas as possibilidades técnicas e jornalísticas do século XXI, a demência de alguns líderes políticos e o poder de algumas vias midiáticas de propaganda conseguem arrastar grandes setores da opinião pública para uma dissociação psicótica que ninguém sabe até onde pode nos levar.


Por Pascual Serrano


Em plena era da informação, é estarrecedor como se pode conseguir que amplos setores da opinião pública possam executar uma alteração tão impressionante da realidade. Na Venezuela, atende pelo nome de ‘dissociação psicótica’, isto que consiste em um processo mental pelo qual se cria no subconsciente do indivíduo uma realidade fictícia na qual todos os males e todo o mal que se sucede provém de uma só causa ou de uma só pessoa. A tese levantada pelos setores alinhados ao governo venezuelano e à manutenção da institucionalidade é que os meios de comunicação implantaram este modo de pensamento, de tal maneira que responsabilizam de forma patológica Hugo Chávez e o governo venezuelano por todo o mal que ocorre, perdendo assim qualquer capacidade de análise racional da realidade. O curioso é que não é somente na Venezuela que isto ocorre. Nos Estados Unidos se trata de uma forma de pensamento que não para de aumentar e se difundir entre a ultra direita política e midiática.

No dia 6 de março de 2003 o membro da Câmara de Representantes do Texas, Debbie Riddle, em uma entrevista ao jornal El Paso Times, afirmava: “De onde surge esta idéia de que todo o mundo merece uma educação gratuita, atenção médica gratuita, independente de quem seja? Vem de Moscou, da Rússia. Vem diretamente da boca do inferno. E é habilmente disfarçada como uma idéia de gente de bom coração. Nada de bom coração. Isso é o que rasga o coração deste país”1 . O professor de História da Universidade de Houston, Robert Zaretsky recordava2 que a supracitada congressista republicana levantou no início de 2010 aquilo que chamou de “o problema dos terroristas de bermudas”. Segundo ela, existiriam mulheres enviadas por terroristas que cruzariam a fronteira para dar à luz seus filhos em solo estadunidense. Uma vez crescidos, estes “agentes adormecidos” passariam à ação com o objetivo de disseminar o caos nos Estados Unidos.

Não se trata de uma paranóia exclusiva de Riddle; outro membro do Texas na Câmara de Representantes, Louie Gohmert, afirmou em um discurso pronunciado na Câmara em junho de 2010 que um ex-agente do FBI lhe havia contado sobre os “terror baby”. Segundo explicou mais tarde em uma entrevista ao Fox Business News, ele conheceu num avião um passageiro com um familiar que pertencia ao Hamas que lhe contou que este tinha a intenção de conseguir que um neto seu nascesse nos Estados Unidos3. Na entrevista, Gohmert afirmou que as mulheres grávidas viajam do Oriente Médio aos EUA com vistos de turista e munidas da intenção de dar a luz nos Estados Unidos e conseguir assim para seus filhos a cidadania estadunidense. Segundo Gohmer, depois a criança voltaria ao país de origem da mãe onde faria um treinamento com terroristas com o objetivo de voltar depois aos Estados Unidos. Quando o jornalista pediu a Gohmert que fornecesse provas disto, ele se limitou a indicar um artigo do Washington Post4 que descrevia o que denominam de turismo de nascimento (“birth tourism”). Tratava-se da existência de pacotes turísticos, em especial para cidadãos chineses, com o objetivo que a “turista” grávida tivesse seu filho em território estadunidense. Aquilo foi descrito pelo político republicano como um “enorme rombo na segurança do nosso país”. Perguntando pela relação disto com as crianças terroristas, afirmou: “Se você não acredita que isto é uma prova, é porque acha que os terroristas são mais tontos que estas pessoas empreendedoras” 5. O assunto foi de tal maneira absurdo que provocou uma paródia no The Daily Show6, mas sem dúvida, tendo em vista os hábitos eleitorais, não faltariam cidadãos para compartilhar a tese de Gohmert.

A paranoia política da ultra direita tem também seu correspondente braço midiático. O professor de literatura da Universidade de Illinois, Walter Benn Michaels, conta7 que no verão do ano passado, surgiu uma controvérsia entre duas “estrelas” da direita estadunidense da emissora Fox, em torno da pergunta: Qual é o inimigo mais perigoso dos Estados Unidos da América? O primeiro deles, Bill O’Reilly, responde o previsível: Al-Qaeda. Porém, o outro jornalista, Glenn Beck, afirmou: “não são os jihadistas os que ‘querem destruir nosso país’, mas sim ‘os comunistas’”. Pode se pensar que Beck somente respondeu mediante um condicionamento mental característico da Guerra Fria. No entanto, ele nasceu em 1964, e não pode conhecer este período com pleno uso da razão. Por outro lado, Beck não é um apresentador minoritário. Em 2009 seu programa foi um dos que obteve maior audiência de notícias comentadas na televisão a cabo, com oito milhões de espectadores. Em programas de outros canais, como a ABC, ele foi selecionado pelo público como uma das “10 pessoas mais fascinantes” de 20098 . E em 2010 o jornal The Times o incluiu entre os cem líderes políticos mais influentes9 .

Benn Michaels recorda que na lista dos best-sellers da Amazon, o ensaio político mais vendido é Caminho de Servidão, do economista ultraconservador austríaco Friedrich Hayek, falecido em 1992. Uma das teses do livro é que qualquer política dirigida diretamente a um ideal de justiça distributiva, isto é, o que se entende como uma distribuição “mais justa”, tem necessariamente que conduzir à destruição do império da lei. Nos Estados Unidos pode-se escutar o jornalista de rádio com maior audiência do país, Rush Limbaugh, alertando contra os espiões “comunistas” que “trabalham para Vladimir Putin” 10.

O fenômeno, como era de se esperar, não se restringe aos Estados Unidos nem à Venezuela. Na Itália, Silvio Berlusconi afirma que os comunistas querem eliminá-lo11, apesar dos comunistas não terem ali nem mesmo um só deputado nacional. Na Espanha, até mesmo o setores midiáticos próximos ao governo tentam dar o sinal de alerta sobre a paranoia da direita midiática12. Assim o denuncia o ex-diretor adjunto do jornal El País, José Maria Izquierdo, em seu livro As Cornetas do Apocalipse, onde passa por algumas das figuras da direita troglodita espanhola e suas “pérolas” de análise sobre a situação espanhola e o governo Zapatero. Ainda que valesse a pena recordar ao autor que foi em seu jornal que mais soaram as trombetas do apocalipse contra os governos progressistas da América Latina. Também se na Espanha se une a eles a Igreja, a instituição mais antiga na arte de disseminar o pânico e a angústia. O bispo de Córdoba assegurou que a Unesco tem um plano “para, nos próximos vinte anos, fazer com que a metade da população mundial seja homossexual” 13.
Em qualquer caso, a inquietante conclusão é a angústia de comprovar que, com todas as possibilidades técnicas e jornalísticas do século XXI, a demência de alguns líderes políticos e o poder de algumas vias midiáticas de propaganda consigam arrastar grandes setores da opinião pública para uma psicose, uma dissociação psicótica que ninguém sabe até onde pode nos levar.

Pascual Serrano é jornalista. Acaba de publicar o livro Traficantes de información. La historia oculta de los grupos de comunica

O novo sonho americano: visitar Cuba



O governo do presidente Obama pôs em marcha, há somente algumas semanas, novas medidas destinadas a permitir mais viagens dos Estados Unidos a Cuba, gerando entre a população todo o tipo de reações (furiosas entre a máfia da Flórida e mais contidas no resto da nação). Mas quais serão as consequências para os dois países?

Por Carlos Tena



O governo do presidente Obama pôs em marcha, há somente algumas semanas, novas medidas destinadas a permitir mais viagens dos Estados Unidos a Cuba, gerando entre a população todo o tipo de reações (furiosas entre a máfia da Flórida e mais contidas no resto da nação), e que de imediato fez com que eu me perguntasse se entre estes cidadãos com passaporte americano (sejam ou não de origem cubana), não tentará chegar à ilha algum carrasco com sinistras intenções, como vem acontecendo desde 1960, quando a CIA e o FBI, contando com o apoio de centenas de mercenários e terroristas, cometiam todo o tipo de atentados, tentando em vão assassinar Fidel Castro em mais de 638 ocasiões. Estou convencido do perigo, especialmente com a propaganda que está se fazendo ao caso de Luis Posada Carriles*, que ocorre em El Paso (Texas) por vias tragicômicas, dignas de um poder judicial como o existente nos EUA. A imprensa dos EUA chama de lutador anticastrista um dos mais sanguinários assassinos entre os que passeiam livremente por Miami.

Esse processo cômico que a juíza Cardone comanda contra aquele cidadão (naturalizado venezuelano), não deixa dúvidas sobre a condição da justiça norte americana em sua inequívoca vocação para mimetizar a justiça que Fulgencio Batista pôs em prática em Cuba durante sua ditadura, ou o que é ainda mais terrível, imitar a justiça que esteve vigente durante o III Reich. Tampouco se abre espaço para dúvidas diante da parcialidade, subjetividade e arbitrariedade dos juízes, fiscais e demais funcionários nesta farsa processual, começando com a acusação pela qual o terrorista mais sanguinário de tantos que protegem os senadores republicanos do estado da Flórida se senta na cadeira do réu: simplesmente é um mentiroso que teve acesso a território ianque falsificando documentos e data de entrada.

Tudo o que os governos de Venezuela e Cuba demonstraram em relação à segurança não vale nada para a justiça de Obama, não vale nada na hora de julgar Posada por crimes como a decolagem do avião da Cubana de Aviación (Vôo 455, em 6 de outubro de 1976. Barbados, 1976), que custou 73 vítimas inocentes, nem sequer para extraditar o assassino em questão, a quem a justiça venezuelana espera há mais de uma década. Não vale, igualmente, que o próprio mercenário ex-agente da CIA tenha admitido publicamente o sangrento feito, em uma entrevista publicada pelo jornal diário estadunidense The New York Times em julho de 1998; nem as recentes declarações do terrorista salvadorenho Francisco Chávez Abarca*, detido em Caracas e extraditado para Havana em 2010. Os magistrados ianques se negam a incluir qualquer testemunho contra Carriles. Há algo de podre em El Paso.

Voltando às viagens dos EUA a Cuba, não cabem dúvidas acerca de que por parte do governo da Revolução serão tomadas medidas técnicas, aeronáuticas, policiais e de todo tipo para evitar que entre os três milhões de turistas norte-americanos (que se espera ao longo dos próximos anos) aporte em território cubano um só visitante com intenções criminais, ou o que é mais correto, um assassino disfarçado de simpático mochileiro, como também tenho a certeza de que entre as autoridades do governo de Barak Obama existirão funcionários que tratem de que não se exporte mais terrorismo para a ilha, simplesmente porque se coloca em jogo a vida de seus cidadãos, ainda que este último dado não seja de importância capital para Ileana Ross Lethinen, conhecida como La Loba, ou os irmãos Diaz Balart, Orlando Bosch ou qualquer um dos envolvidos em feitos criminosos contra a ilha mais digna do globo.

Também é certo que as medidas anunciadas pela administração de Obama em 14 de janeiro passado não implicam na retirada do embargo à ilha, somente facilitam em parte o turismo estadunidense, assim como as visitas organizadas por escolas, igrejas e grupos culturais permitindo a estes organizar voos fretados como parte de um plano destinado a aumentar os contatos pessoais entre ambos os países. Este gradual, porém irrefreável, aumento das visitas dos norte-americanos a Cuba vêm se confirmando ainda que tenha se iniciado há pouco tempo.

Um visitante que chegou à mesma casa de hóspedes na qual eu mesmo me hospedei em Havana, de 5 de novembro a 20 de dezembro de 2010, me garantiu que no último mês deste ano houve cerca de 20 voos diários provenientes de Miami. Agora, as agências de viagens poderão organizar voos muito econômicos com propósitos culturais que permitiriam (se a administração Obama interpretar com flexibilidade suas próprias regras) incluir qualquer temática: desde observação do tocororô (ave-símbolo do país) ou do totí (outro pássaro endêmico do país), a criação de crocodilos, ou as visitas aos templos de santería em Regla e Guanabacoa.

No entanto, os agentes turísticos na região (República Dominicana, México, Jamaica, Porto Rico etc.) se mostraram preocupados com o mais que provável desvio do turismo dos EUA para a maior das Antilhas em detrimento de outros destinos. “Não vai haver uma explosão imediata de turismo estadunidense para Cuba através destas medidas, mas isto eventualmente ocorrerá”, disse Andy Dauhaire, um conhecido economista que dirige a Fundação Economia e Desenvolvimento da República Dominicana, “... porém, quando isto ocorrer, vai haver um impacto significativo sobre vários destinos turísticos como Cancun, Bahamas, Jamaica e República Dominicana”. Um estudo do FMI em 2008, intitulado Acabaram-se as férias: Implicações para o Caribe de uma abertura do turismo de Estados Unidos para Cuba, concluía que o levantamento total da proibição das viagens à ilha produziria um cambio sísmico na indústria turística daquela área.

Diante de tudo isto, em torno das novas medidas e de seu possível alcance, surge a declaração do Ministério de Assuntos Exteriores cubano (Minrex), neste dia 14 de janeiro de 2011, publicada, transmitida no rádio e lida em todos os meios de difusão, com o objetivo de esclarecer a verdadeira repercussão social, econômica e política deste decreto do governo Obama.

Da minha parte, que sejam bem recebidos os cidadãos norte-americanos honestos e pacíficos que chegarão à Cuba vindo dos EUA. Ninguém duvida que ambos povos podem e devem manter uma política comum fraternal e de colaboração mútua. A Revolução poderia ajudar ao presidente Obama em muitas matérias, e Barak poderia demonstrar sua inteligência e coragem tomando algumas valentes decisões, como as que Carter ditou durante seu mandato ao final dos anos 1970.

Faz-se necessária a retirada gradual do embargo e a revogação da lei Helms-Burton. A, e uma visita oficial a Havana para bater um papo com Raúl Castro.

No entanto, me pergunto: Será que o presidente dos EUA sabem o que é a liberdade?

* O terrorista de nacionalidade salvadorenha, Francisco Chávez Abarca, confessou ter sido contratado pelo fugitivo Luis Posada Carriles para realizar atos desestabilizadores na Venezuela. Da mesma maneira, Chávez Abarca confessou que recebia instruções em código através de um e-mail que mencionava um restaurante localizado próximo ao Aeroporto Internacional Simon Bolívar de Maiquetía, onde ele se encontraria com três pessoas, entre elas dois venezuelanos para dar inicio ao plano desestabilizador. O terrorista afirmou que os que estavam contratando estas ações contrárias ao Governo venezuelano estavam dispostos a realizar o que fosse necessário para alcançar seus objetivos. O criminoso detido confessou ainda igualmente frente as câmeras da TELESUR que foi enviado à Venezuela para realizar ações de conspiração e que tentou entrar no país com um passaporte falso, assim como participou com a ajuda de Posada Carriles nos atentados contra pontos turísticos de Havana em 1997, em um dos quais o jovem italiano Fabio Di Celmo perdeu a vida.

Tradução de Cainã Vidor. Publicado por Rebelión. Foto por Kevin S. O`Brien, Marinha dos EUA.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Marcelo Nilo vai para terceiro mandato na Assembleia sem contas julgadas



Marcelo Nilo vai para terceiro mandato na Assembleia sem contas julgadas - Contas de 2007 ainda estão sob análise; as de 2010 devem chegar em fevereiro no TCE

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) ainda não julgou a prestação de contas das gestões de Marcelo Nilo à frente da presidência da Assembleia Legislativa. O deputado já está indo para o terceiro mandato e as contas de 2007 está em tramitação desde 2008.
O motivo da demora foi um problema da prestação de contas da Assembleia. A auditoria levou mais de um ano para ser concluída e após esse período necessitou ser reaberta para a inserção de novas informações. As contas de 2007 foram entregues ao conselheiro Antônio Honorato Neto. No primeiro ano da gestão de Nilo foram encontradas irregularidades, mas como o processo ainda está em tramitação não pode ter informações divulgadas.
As contas de 2008 foram protocoladas em janeiro de 2009 e passou por vários momentos. O primeiro sorteado para ser relator foi Antônio Honorato. Mas, uma discussão interna, decidiu que as contas deveriam ficar com quem estava analisando as contas do governo. Com isso, o relator das contas do Legislativo de 2008 passou para Pedro Lino. Em novembro de 2009 Lino saiu da relatoria e o caso ficou com a assessoria jurídica do TCE.
Em março de 2010 as contas de 2008 voltam para as mãos de Pedro Lino e seria julgado no final do ano, mas um pedido de vistas do conselheiro França Teixeira atrasou o processo.
Já as contas de 2009 chegaram ao TCE em janeiro do ano passado e ainda está sob análise. O conselheiro é Manoel Castro. As contas de 2010 devem ser encaminhadas para o Tribunal agora no mês de fevereiro.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Cárceres dos Estados Unidos: imigrantes são negócio

E depois falam do Stalin

Revista Fórum
Uma investigação sobre a Lei Arizona encontrou nexos entre empresas que administram prisões nos Estados Unidos e personagens que impulsionam iniciativas para criminalizar a migração de indocumentados.

As leis anti-imigrantes nos Estados Unidos –como a SB1070, do Arizona-, têm um objetivo: que centenas de sem documentos sejam presos, visto que isso gera lucro. Entre os impulsionadores dessas legislações está a Corrections Corporation of America (CCA), empresa privada que administra 65 cárceres e centros de detenção de migrantes e que, somente por estes últimos, obteve lucros aproximados de 74 milhões de dólares em 2010.

Em entrevista ao El Universal, a especialista em temas migratórios, Andrea Nill revela o resultado da investigação que realizou junto com seus colegas do Center for American Progress –organização não governamental e de análise política, em Washington-, que expõe os supostos nexos da CCA com personagens próximos à governadora do Arizona, Jan Brewer, e o senador Russell Pearce, e que levam a questionar o interesse real de ambos em criminalizar a migração.

Além do fator econômico representado pela CCA –que cotiza na Bolsa de Nova York-, há também um fator ideológico: uma rede de advogados que integram o Immigration Reform Law Institute, um grupo orgulhoso de sua posição radical anti-imigrante ao qual pertence o republicano Kris Kobach, que redigiu a SB1070 e cobrou 13 mil dólares ao Arizona. Juntamente com sua equipe, colocou seus conhecimentos legais a serviço de outros Estados da União Americana para replicar esta norma.

Nill reconhece que não há nada ilegal nisso; porém, diante dos interesses em jogo, "é importante informar ao público, pois não sabe quem está escrevendo suas leis e talvez acredite que seus representantes têm seus melhores interesses em mente quando estão aprovando essas normas. Se todos tivessem conhecimento dessa situação, a Lei Arizona e suas similares não teriam um tão alto percentual de apoio”.

Um relatório da Secretaria de Relações Exteriores (SER) revela que desde que a SB1070 foi aprovada, em menos de dois meses –entre o dia 28 de abril e o dia 10 de junho de 2010-, em oito Congressos Estatais dos Estados Unidos legisladores republicanos apresentaram iniciativas que, em alguns casos, são cópias na íntegra da Lei Arizona, e que permitiriam que qualquer suspeito de estar sem documentos seja detido e encarcerado.

O poder por trás da lei

Em 2010, o Center for American Progress iniciou uma investigação sobre a Lei Arizona, com a participação de experts, como Andrea Nill. Em setembro passado, entregou um relatório final, que concluiu que por trás da norma de corte racista e discriminatório não havia somente um propósito de política migratória.

O documento revelou que, em dezembro de 2009, o Conselho de Intercâmbio Legislativo (ALEC, por suas siglas em inglês), grupo de enlace entre empresários e legisladores estadunidenses ao que pertence a administradora de prisões CCA, entrou em contato com o senador do Arizona, Russell Pearce, que desde 2005 contava com uma proposta anti-imigrante para dar forma final a um projeto de lei que desse amplos poderes à polícia local para deter qualquer pessoa suspeita de ser imigrante sem documentos.

Depois, na edição de janeiro-fevereiro de 2010 da revista publicada pelo ALEC, foi divulgado um texto que poderia ser considerado uma versão preliminar da SB1070 e, em abril desse ano, Pearce apresentou a versão final.

O Center for American Progress documentou também que a governadora do Arizona tinha em sua equipe de colaboradores de campanha e em sua administração pessoas ligadas a CCA, que, supostamente, haviam influenciado em sua decisão de aceitar a SB1070, como Pablo Senseman e Chuck Coughlin, identificados como gestores da corporação carcerária.

Inclusive, meios estadunidenses, como KPHO Arizona-TV e a radifusora NPR deram seguimento a essa investigação e documentaram –entre outros nexos- que a empresa Pershing Square Capital, com uma importante participação financeira na CCA, reconheceu que a rentabilidade da corporação "depende de um número crescente de imigrantes nas prisões”.

A investigação foi além do Arizona e encontrou que legisladores em outros Estados supostamente também têm sido financiados por ALEC-CCA para impulsionar leis similares a SB1070 no Tennessee, Oklahoma, Colorado, Flórida ou Pennsylvania.

A partir da informação obtida pelo American Progress, Andrea Nill tem claro que o objetivo da CCA ao promover leis anti-imigrantes é evidente: "É uma corporação de prisões privadas a quem interessa esse sistema que lhe permita ter mais prisioneiros, mais imigrantes sem documentos em suas prisões, o que leis como a SB1070 permitiriam”.

Lucros milionários

A CCA, que cotiza na Bolsa, em seu relatório anual na Nasdaq –cuja cópia está em poder de El Universal- revela que somente em 2009 obteve ingressos acima de 1 bilhão 660 milhões de dólares pela administração das prisões e centros de detenção migratória; porém, reconhece que a perda de qualquer uma das prisões estatais que administra –como a da Califórnia, cujo contrato vence em junho desse ano- teria um impacto negativo em suas finanças.

O documento indica que "o retorno dos reclusos da Califórnia para o controle estatal poderia ter um impacto adverso significativo sobre nossa situação financeira, resultados de operações e fluxos de efetivo. Uma diminuição nos níveis de ocupação poderia causar uma diminuição nos ingressos e na rentabilidade (...). Uma parte significativa de nossos ingressos é gerada em virtude de contratos de gestão de instalações que preveem dietas baseadas na ocupação diária”.

Andrea Nill afirmou que a governadora do Arizona declarou que a CCA não influiu em suas decisões; "porém, é muito difícil dizer isso quando pessoas que ocupam altos cargos, que trabalharam para ela têm conexões com a CCA”.

Comentou que a CCA também nega qualquer influência para impulsionar a legislação; "porém, não pode negar que se reuniram com Russell Pearce, pois é um fato público que todos sabemos, apesar de que não querem tomar responsabilidade; da mesma forma, não podem dizer que não têm interesse nesse tipo de lei e nos benefícios que essas lhes trarão. O certo é que essas leis vão resultar em aumento no número de prisioneiros imigrantes”.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A direita reinicia a segregação nos EUA


Reproduzo Publicação do blog do Miro, artigo de Patricia J. Williams, publicado no sítio Opera Mundi:

Enquanto passamos de 2010 para o novo ano, o Congresso retoma as atividades em sua configuração dominada pelos conservadores. Esta nova onda é sustentada por uma base de poder direitista informada por ideólogos que extirpariam a promessa de igualdade da 14ª Emenda restringindo os direitos de voto e limitando os gastos públicos com os "parasitas" que sugam o bem-estar da América "deles".

Muitas dessas visões, embora empacotadas no "egoísmo ético" individualista de Ayn Rand, protegem uma ordem política e social baseada na riqueza e no privilégio de um grupo impermeável, também enraizada em uma mentalidade segregacionista de "nós contra eles", mas persistindo muito além da divisão racial. Cristãos versus os outros. Nativos versus imigrantes. Anglófonos versus cosmopolitas arrogantes. O privilégio hereditário versus a igualdade como um direito inato.

Considerem essas manifestações recentes: o senador do Arizona Russell Pearce está tão preocupado com o "sequestro" da 14ª Emenda que patrocinou um projeto de lei que impediria a emissão de certidões de nascimento estaduais para crianças nascidas no estado cujos pais não fossem cidadãos legais.

Rand Paul, senador novato de Kentucky, acredita que a Lei de Habitação Justa está errada porque "uma sociedade livre aceita a discriminação privada, não-oficial, mesmo quando isso significa permitir que grupos cheios de ódio excluam pessoas com base na cor de sua pele".

John Cook, conhecido membro do Comitê Executivo Republicano do Texas, quer substituir o republicano Joe Straus, que é judeu, na presidência da Câmara dos Representantes estadual porque "elegemos uma Câmara com valores cristãos, conservadores. Agora queremos um verdadeiro cristão, conservador, na liderança".

E Judson Phillips, líder da Tea Party Nation, endossou "a intenção original" de restringir o direito ao voto a cidadãos donos de propriedades, porque, "se você é dono de uma propriedade, realmente tem um interesse adquirido na comunidade".

Muitas políticas promulgadas originalmente para manter a supremacia econômica controlando o movimento e a força política dos negros no Sul Profundo parecem ter completado o ciclo, afligindo não só os imigrantes recentes, mas também os brancos pobres e de classe média.

Um exemplo claro é o destino de Gene Cranick, um branco idoso de cadeira de rodas morador do Condado de Obion, no Tennessee. Quando uma fogueira de lixo no quintal incendiou sua casa, em outubro, os bombeiros chegaram, mas apenas assistiram a sua casa ser destruída pelo fogo, porque Cranick não havia pagado uma taxa anual de US$ 75 para ter direito à água que salvaria a residência. Cranick teve o azar de morar em uma área não incorporada que contava com serviços limitados historicamente associados a bairros negros - quando os serviços de combate a incêndios, esgoto e polícia paravam na beira de uma cidade com base nas fronteiras da segregação.

O livro Simple Justice, de Richard Kluger, relata como, nos anos 1950, a casa do ativista pró-direitos civis Joseph DeLaine na Carolina do Sul foi aparentemente atacada por incendiários: "Membros do corpo de bombeiros de Summerton, habitada só por brancos, estavam disponíveis enquanto a casa de madeira era consumida pelas chamas, mas não fizeram nenhum esforço para apagar o fogo porque a casa de DeLaine, disseram eles, estava além dos limites da cidade. E eram 30 metros."

(Para aqueles interessados nos detalhes das batalhas legais e políticas em torno da promessa da 14ª Emenda de igualdade de cidadania, recomendo enfaticamente Lift Every Voice: The NAACP and the Making of the Civil Rights Movement, de Patricia Sullivan).

Há poucas semanas, ao falar de sua juventude em Yazoo City, Mississippi, durante a época mais violenta do movimento pró-direitos civis, o governador Haley Barbour pareceu trazer à memória algo agradável: "Simplesmente não me lembro de ter sido tão ruim." Quanto não foi ruim? Segundo Barbour, o Conselho dos Cidadãos Brancos garantiu heroicamente a integração escolar e, bravamente, manteve a Ku Klux Klan à distância.

Na verdade, o Conselho dos Cidadãos Brancos criou um sistema de academias privadas só para brancos que fez com que as escolas públicas do Mississippi fossem frequentadas quase exclusivamente por negros, e todas miseravelmente financiadas. É verdade que, até certo ponto, o Conselho dos Cidadãos Brancos adotou com frequência posições públicas contrárias à KKK, mas essa oposição declarada não vinha do apoio aos direitos civis dos negros, mas do fato de a violência da Klan ter atraído atenção internacional, o que costumava ser "ruim para os negócios". Por isso, o conselho tendia a aderir à resistência à integração por meio de ameaças econômicas e do isolamento de comunidades inteiras.

De fato, o irmão mais velho de Haley, Jeppie, foi eleito prefeito de Yazoo City em 1968 com uma plataforma de isolamento econômico de qualquer negro (ou branco) que defendesse a integração. O livro de Willie Morris Yazoo: Integration in a Deep-Southern Town, de 1971, detalha o que Jeppie descrevia como os esforços dos negros para "nos deixar de joelhos, a fim de nos dizer o que fazer". "Quando tomei posse, eu pretendia promover algumas melhorias de pavimentação e esgoto para as pessoas de cor", disse Jeppie. "Mas agora não consigo me entusiasmar muito com isso." Chegaria a hora, avisou Jeppie, em que os brancos retaliariam com demissões e outras medidas.

Recentemente, The Huffington Post publicou trechos de um artigo de 1956 de David Halberstam no qual Nick Roberts, do Conselho dos Cidadãos de Yazoo City, explicava por que 51 dos 53 negros que haviam assinado uma petição de integração haviam retirado seus nomes: "Se um homem trabalha para você e você acredita em algo, e aquele homem está trabalhando contra isso e abalando isso, por que você não quer que ele trabalhe para você - é claro que você não quer."

Esse tipo de pensamento imagina o poder coletivo do Conselho dos Cidadãos Brancos como nada mais que as escolhas individuais de "um homem" em sua relação com "aquele homem" - ambos sintaticamente brindados igualitariamente com opções e oportunidades. No conjunto, porém, essas "preferências" se tornam disfarces pérfidos para uma mentalidade de gângster pela qual o pronome "nós" - os que têm direitos - elimina tudo, à exceção do mais restrito senso de comunidade. O resto do grupo, marcado como "eles", permanece alienígena - e ao mesmo tempo é forçado a pagar, pagar e pagar para poder jogar. O fato de isto criar uma classe dominante dos privilegiados economicamente - ou seja, uma oligarquia - parece passar totalmente despercebido hoje em dia.

*Patricia J. Williams é doutora em Direito pela Universidade de Harvard e professora da Universidade de Columbia, EUA. Artigo originalmente publicado no The Nation.